Perfil dos estudantes dos dois primeiros anos do Curso de Medicina de uma Instituição privada de ensino de Minas Gerais
DOI:
https://doi.org/10.4322/2675-133X.2022.001Palavras-chave:
perfil, estudantes, medicinaResumo
O presente estudo objetivou traçar o perfil socioeconômico, acadêmico e psicossocial de estudantes dos dois primeiros anos do curso de Medicina de uma instituição privada de ensino localizada na Zona da Mata mineira. A coleta de dados foi realizada mediante aplicação de questionário que abordou questões sobre dados socioeconômicos e acadêmicos dos discentes, qualidade de vida e lazer, percepções sobre o curso e pretensões profissionais. Como principais resultados, foi observado um predomínio de estudantes do sexo feminino (64,77%), de etnia branca (61,79%), solteiros (96,51%), sem filhos (98,79%), naturais de Minas Gerais (78,66%), que moram com amigos (58,13%), com renda mensal familiar superior à sete salários mínimos (62,35%). A maioria dos discentes investigados consideram a carga de atividades acadêmicas excessiva (75,55%), relatam a ansiedade como o principal fator de interferência no desempenho acadêmico (81,11%), possuem menos que quatro horas diárias de lazer (78,88%), nunca se submeteram a atendimento psicológico ou psiquiátrico (53,48%) e procuraram por apoio psicopedagógico por apenas uma vez durante o curso (63,63%). A possibilidade de realização profissional foi a principal motivação apontada como escolha pela Medicina (62,22%), a maioria acredita que vai se realizar profissional e financeiramente (77,27%) e têm pretensão de fazer residência médica (62,22%). Em suma, o estudo mostrou perfil socioeconômico relativamente elevado entre os estudantes avaliados e que o excesso de atividades curriculares causa efeitos prejudiciais sobre suas atividades de lazer. Ademais, estes discentes em sua maioria não procuram redes de apoio psicológico, têm boas perspectivas profissionais e preferência pela residência médica pós formatura.
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